7 de set. de 2015

Dirty Love Game, Capítulo 3: Culpa

Quarta. Nem preciso dizer que acordei preocupado. Fiz as mesmas coisas de qualquer manhã, comi um sanduíche, tomei uma xícara de café, fiz minha higiene pessoal, peguei minha mochila e saí. Meus amigos já estavam lá em baixo, eles sempre me esperam, afinal minha casa é perto da escola. Mesmo nos dias em que me atraso, o único problema é que eu levo um tapa, ou se a Noriko está de TPM, um chute no meio das pernas. Ainda estava cedo,. Fui contando para eles no caminho a faculdade o que aconteceu, e claro que todos chegaram a mesma conclusão que Yoshito. O problema agora é ver se ela realmente colocou as fotos no mural de avisos. Mas já contei para eles para evitar qualquer problema se meu segredo for revelado. Qualquer coisa, ela não passa de uma louca que quer recuperar seu status. Estávamos adiantados. Fomos correndo para o mural. O mural era um quadro, normalmente para avisos do diretor, ficava no meio do campos, todos os alunos o olham. Nenhum lugar é melhor para se vingar publicamente de alguém E lá estava minha foto. Eu e Yoshito comendo um lanche no BK. Minha vida acabou. Comecei a ver todas as merdas que eu já fiz diante os meus olhos. Pensando bem, eu só fiz merda na minha vida. Mesmo nessa situação, nos despedimos e esperamos o que iria acontecer. Quando eu e Ren entramos na sala, já fomos bombardeados de perguntas. Quando todos estavam na sala, o diretor entrou. É hoje que eu morro.
-Acho que todos já sabem o porque de eu estar aqui. Senhor Ryota, poderia dizer o que aconteceu ontem a tarde, quando estava com o professor Atsushi -Jura diretor?
-Eu sou ex-aluno do Atsushi. Fui ver Deadpool ontem e ele estava sentando próximo de mim no cinema. Depois saímos para comer e conversar sobre o filme. Foi apenas uma coincidência. Mao tirou essa foto para me acusar de estar namorando um professor, só porque terminamos ontem. -Isso, boa Ken! Ferra pro lado dela, e tira o seu da reta.
-Entendo, então vocês são amigos?
-Está mais para conhecidos.
Quando o diretor foi embora, a classe suspirou aliviada, e algumas pessoas soltaram gritos de comemoração. Pelo menos tinha me livrado do diretor.
Fim das aulas, uma pessoa estava me ligando. Mao. Atendi, mesmo com medo.
-Fez bem em explicar para o diretor, mas será que consegue salvar Atsushi?- Congelei.
-O que quer dizer?
-Vá atrás da faculdade e veja por si mesmo. -Ela desligou.
Sai correndo o mais rápido que pude, eu sabia que se falasse algo poderiam fazer Yoshito como saco de pancadas. Atrás da escola, Atsushi estava sendo espancado por um grupo de garotos da minha turma de química. Me posicionei no meio deles, meu corpo não obedecia aos meus comandos, a raiva havia me possuído. Dei um chute no estômago no cara que estava o socando, o que fez ele cair nos pés de outro garoto que estava um pouco atrás, e os outros acabaram fugindo de me olhar. Olehi para Yoshito, sua blusa estava ensanguentada, e certamente não podia andar. Estava desmaiado. Carrego ele até a enfermaria, mas para o nosso azar, a enfermeira não estava. Coloquei ele deitado na cama, tirei sua blusa com cuidado, quando ia desinfetar a ferida, acabei me flagrando observando o seu corpo, quando notei, desinfetei a área e fiz uma atadura. Passou 10 minutos e a enfermeira chegou, ela disse que nada poderia ser feito, e que ele precisava ir para o hospital, pois ainda esta desacordado. Peguei seu corpo com cuidado, e o coloquei no banco do carona. Dirigi para o hospital mais próximo, e fiquei no quarto dele, queria vê-lo acordar. Me sentia culpado. Passou duas horas até que seus olhos abriram. Olhei no relógio, tinha saído da faculdade as 6, vim para o hospital as 7, ficamos esperando mais ou menos vinte minutos para ter um quarto. Agora era nove e meia. Tinha um pouco de dinheiro, então pedi uma torrada no quarto. Os olhos de Yoshito encontraram os meus, e ele tentava falar algo.
-Descanse, não se force a falar -Aconselhei, então ele sorriu e ele voltou a dormir.
Como janta, tive apenas a torrada do hospital, e fiquei com ele até o amanhecer. Já tinha avisado aos meus amigos que não fossem me buscar amanhã, e pedi que eles anotassem as coisas para mim. Iria faltar a aula. Preciso cuidar dele.

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